domingo, 24 de fevereiro de 2013

Porque danço?

Foi uma questão colocada pela Joana Saahirah e foi das que mais dificuldade tive em responder (obrigado Joana!). Nunca tinha pensado, e muito menos verbalizado, sobre o que me move na Dança Oriental. Mas se há alguns anos atrás não o sabia explicar, hoje sei porque danço.


A prática de Dança Oriental (não só na vertente de aula, mas também na vertente de espectáculo) trouxeram consigo um auto-conhecimento e uma maturidade que eu não imaginava serem possíveis "apenas" por dançar. Hoje compreendo e aceito os motivos que me levaram a querer actuar para o público. Reconheço que eram os motivos errados, mas foi preciso experienciá-lo para perceber isso mesmo - que o caminho não era por ali. Ou melhor, era! Mas tinha de seguir aquele caminho errado para chegar ao lugar certo (ver no post Metamorfose).


Hoje sei o que me move, figurada e literalmente:

Danço porque simplesmente me sabe bem

Danço para me conhecer e continuar a crescer como pessoa

Danço para provar que a Dança Oriental é merecedora de respeito



E depois há o ensino, que abracei e quero continuar a desenvolver. A transformação por que passei, a satisfação que sinto, quero que mais pessoas o possam experienciar. Quero que percebam que isto é mais que uma simples dança. É uma transformação! Em quê? Isso só o próprio pode responder :)

Metamorfose

Comecei o meu percurso na Dança Oriental há precisamente seis anos atrás, pela mão da Inês Antunes, que veio a tornar-se amiga e companheira de danças. Os primeiros dois anos foram essencialmente de aprendizagem e absorção da técnica. Durante este tempo, isto foi suficiente para mim; sentia-me contente porque conseguia apanhar tudo com facilidade. Foi neste período também que comecei a actuar publicamente. Ao início estranhei; depois entranhei. Percebi que gostava dos aplausos, do reconhecimento. Para uma miúda que vinha de uma adolescência escassa em auto-estima, isto era MEL! 

Dançar em público e especialmente em grupo trouxe à tona aspectos da minha personalidade que geraram conflito. Percebi que continuava a ser a mesma pessoa insegura, que aquilo tudo era o meu Ego a falar mais alto. E percebi que estava a seguir o caminho errado, um caminho que estava a deixar-me infeliz. Aquilo que me estava a motivar para dançar era a necessidade de ser elogiada, e quando o elogio ia para outra pessoa, a frustração instalava-se. Dançava para alimentar o Ego. E esse é um dos piores motores.

Finalmente caí na real. E tratei de me levantar. Foi um longo processo, com muito trabalho individual e pessoal, mas que se revelou muito gratificante para mim. Deixei de tentar imitar e seguir outrem e passei a dançar à minha maneira, como me sabia bem. Desenvolvi a minha Dança Oriental. E paralelamente, vi a minha auto-estima tornar-se saudável.

Descobri que quando realmente temos gozo naquilo que fazemos, a opinião alheia pesa muito menos. Que somos mais felizes na nossa pele e que isso tem um efeito "bola de neve" ;)

Este foi o ponto de viragem. E a partir daqui a dança fluiu... :)

Costumo partilhar esta minha experiência com as alunas e quis fazê-lo aqui também. Porque sei que existem pessoas que utilizam a Dança Oriental de forma errada, tal como eu também já o fiz. A estas pessoas, deixo o meu conselho (que vale o que vale): dançar com este mote não leva a lado nenhum, muito pelo contrário.

Por isso, desçam à Terra e com os pés bem assentes...CRESÇAM

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Namora-te primeiro, e só depois o outro

Está aí mais um dia de São Valentim.
A minha sugestão para este dia (idealmente extensível ao resto do ano) é um pouco diferente: namora contigoAceita quem és, com todas as partes boas e menos boas, porque todos as temos. Faz algo que gostes.
Não se trata de egoísmo, apenas de amor-próprio :-) Porque quem vive bem na sua pele, vive bem com os outros. E sem anular o Eu.

Imagem: kamyar-infinity.deviantart.com
Esta foi uma lição (uma das muitas) que a Dança Oriental me ensinou.

Já dizia a publicidade (e bem): Se eu não gostar de mim, quem gostará?

Fica o desafio ;-)

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